Recordo o estado de solidão em que vivia ao caminhar pelas ruas daquela cidade antiga de minha juventude, mas não lembro a quem aquele estado de solidão se referia. Que ausência? Nada parece ter restado daquele sentimento desesperado senão aquelas ruas amontoadas de gente, o entardecer fino e lúgubre, o rio e sua ponte, e as lojas que não me diziam absolutamente nada. Era somente um andar perdido, ressentido, ensimesmado. E a quem ele se dedicava? A quem eu dedico essas palavras?
De uma certa maneira, a dimensão exterior do sentimento vai se esvaindo de nossa memória e realidade, ficando somente em nós, talvez, uma cidade inóspita,um olhar perdido entre as coisas, um quarto escuro e húmido pelas nossas lágrimas, e nada mais. Mas a paixão e o amor...que paixão, que amor?
domingo, 6 de abril de 2008
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Um comentário:
Me reconheci em uma série de ausências...
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