segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Fluxo I: Vida

Fui pego pela seguinte pergunta: Qual a coisa que você mais gosta no mundo? A minha resposta foi: Não sei, acho que não tem hierarquia das coisas que gosto, cada uma serve e me dá prazer num determinado momento de um determinado jeito. E ai a pergunta que fiz para mim mesmo foi: Existe um gostar melhor? Existe uma vida que seja melhor que a outra? Como aferir isso? Como colocar na balança uma vida e uma outra? Como medir o detino de um filósofo com o destino de um jogador de futebol? O destino de uma lagartixa e o destino de um cavalo? O resultado não será mensurável. Até porque não se trata dos mesmos fatores. A conclusão de um, a experiência de outro, como colocar tudo no mesmo saco e dizer: Olha...esse é o modo certo de viver, esse aqui viveu mais, melhor....Creio que quando colocamos a vida nos moldes do superlativo ela sempre perde...A vida são matizes...seria como dizer que somente uma cor pode agradar os olhos...tudo tem a sua necessidade...se vive de um determinado jeito é porque foi necessário viver assim, e dentro dessa necessidade há certamente atributos que levam a sentir prazeres e dores - necessários. Como é que uma pessoa escolhe o seu modo de vida? E uma gama de fatores o penetram: Necessidade, coação, crença, prazer. O resultado é sempre vago, incomensurável. Às vezes a vitória da vida é morrer de overdorse...às vezes a derrota da vida é morrer vetusto e preso numa cadeira de rodas...às vezes é pela fé que se cria uma vida em torno que te dá prazer...às vezes é pelo ateismo que se encontra os meios de se viver. Será também que existe um prazer certo, ou um modo correto de sentir prazer? A vida parece ser coisa que não se mede e compara.

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