segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vida: Fluxo II

E hoje vi um homem revirar o lixo e beber a água empoçada dentro do galão...como naquela cena no filme "O Pianista" em que o protagonsita bebe a água suja e empoçada na banheira de um hospital abandonado, ou o mendigo que come a sopa do chão. O mendigo de hoje não está menos em guerra que um guerrilheiro dentro da trincheira. E o pior é que seus inimigos são indiretos, não se atira diretamente no mendingo. O mendigo também não tem armas para lutar, infantaria, comboio... e é um sobrevivente de guerra. Mas o que o impulsiona para a vida? Porque existe essa vida que mesmo suja e impossível reclama o seu direito de viver. É ela que o impusiona e faz com que o homem beba a água infectada, durma no chão,olhe para o sol, acorde. Porque mesmo quando nos falta tudo existe a própria vida, existe o órgão que continua a trapalhar, o organismo em seu movimento, algum motor interno que reinvincica à vida a vida. E quando o homem não possui amor, não possui dinheiro, ele tem de viver por si, para si. A vida que ele contém é tão grande que mesmo na falta de tudo ela possui a vontade de permanecer. No fundo, quando não se tem mais esperança de nada, vive-se para si. E essa é a maior potência e desejo de vida que um ser humano pode experimentar.

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