quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Introdução a ela

De fato, a sua beleza não era ideal. Mas que beleza é essa que precisa de uma idéia de ideal para se realizar? Muito pouco reteríamos ao olhar pra ela se tivéssemos tal idéia de beleza, de arquétipos, protótipos, paradigmas.Não. Para vê-la com plenitude (o corpo e alma juntos) era preciso ter olhos sensíveis e apurados. Olhos não embrutecidos e corrompidos pelo mundo.

E ai se via ela toda:essa alma, envolta no véu da delicadeza, onde a timidez não se mostra como medo, mas sim como respeito silencioso, onde a simplicidade lateja como traço mais rascante e elementar. Simplicidade que saboreia uma sabedoria que só a ingenuidade produz. Simplicidade que combate de forma terna essa ordem caótica que habita o mundo como sintoma raivoso e crônico de uma degradação. E no meio disso tudo, onde reside a esperança? Nela. Naqueles traços que naturalmente compõe. Naquele sorriso onde todo a alma é dita. Naquilo que o mundo não conseguirá nunca destruir: a beleza ingênua e delicada. Pois que armas usar contra a beleza? Contra o amor? Contra a flor? "A beleza será convulsiva, ou não será?" E num ponto condensado da vida (Ela), tudo que a vida precisava.

E aqui um poeta que a viu. Qual será o seu estado depois de tal visão, de tal esperança? Na certa, já era afetado por ela. E essa ainda pouca influência - porque a vira somente algumas vezes - já era uma espécie de introdução a ele. E mais ainda uma introdução a ela. Havia mais. Poderia, conseguiria ver? E aqui um poeta já arrebatado por aquilo que vislumbrou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o texto, mas como vc mesmo falou, nao tem cara de quem sou eu...
O quem sou eu tem q ser uma coisa mais simples...
Mas o texto ficou otimo, amei... Tem um pouquinho declaração nele, ne?!?! hehehehe....
Beijos