Hoje acordei sem esperar nenhum momento meu, compreende? O meu desejo de possuir as coisas - se havia - permanecia adormecido. E foi caminhando pelo dia com uma certa ingenuidade preguiçosa que aos poucos ele foi me atraindo através de seus lugares furtivos de sua prática incidiosa.
E foi, aos poucos, roçando os sentimentos que cada acontecimento provocava, desprevenidos e despretenciosos, que percebi a ação do dia sobre mim. Foi lendo e sentindo a sua textura incidental que fiz de mim algo que sozinho e consciente jamais realizaria. E assim, passei a querer ser como o dia, com as coisas a se misturarem num desvelamento inacabado, numa profusão destemida e múltipla a deixar seu rastro no tempo e em cada ser que gradualmente fundava a sua existência.
Havia também interferido na ordem do dia com a minha ingenuidade preguiçosa? Fatalmente. O mundo era o texto que todos, querendo ou não, haviam escrito. Tecendo e destecendo. Dentro e fora do ser. Nos movimentos...
quinta-feira, 28 de junho de 2007
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2 comentários:
Tecendo o dia. Tecendo a manhã. Cabral. Realmente, é mais fácil tecer na inconsciência que na consciência. A consciência limita. É esse o tão esperado "post"? A gente sempre que posta quer um complemento da postagem, que são os comentários, né? Pra entender-nos a nós próprios, ler a repercussão de nossos pensamentos mais profundos...
Quero mais, quero mais. Posta mais, posta mais.
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